Exílio do Tempo
2019
exposição de José Viana
curadoria de Pablo Mufarrej
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Agradecimentos:
Camila Fialho
Rodrigo José Correia
Programa FCP Continuum. Galeria Ruy Meira, Belém, Pará, 2019.
Ao Exílio do Tempo (ou) a Convocatória ao Não-Lugar
por Pablo Mufarrej
José Viana nos convida a interagir por sua ilha repleta de fragmentos, pequenos monumentos por entre a escultura, a ficção e a imagem; transmutação da matéria viva, do breu à paisagem, do personagem ao não-lugar. Pequeno arcabouço de formas internas, resultado não aparente advindo direto do território do experimental. José é pertencente a uma linhagem de artistas produtores de lugares entre o real e o imaginário, ele ocupa os espaços expositivos, oficiais ou não, sob o signo do exílio.
Exílio este que desafia os mundos regidos pelo tempo-espaço, que subtrai da física e das leis naturais, seus mecanismos de racionalização direta. Exilar-se do tempo, neste contexto, é como uma espécie de título/conceito, já que o mesmo nos sinaliza que o ordenamento estritamente racional não será a melhor passagem que nos dará acesso a este não-lugar para além do Rio-Mar.
A arte contemporânea é, entre muitas coisas, um lugar onde o espectador é convocado a ir para novas zonas não controladas pela lógica objetiva direta; e mesmo quando reconhecemos os objetos exibidos, ela nos insiste em ir além destes, seja por retirar-lhes a sua função original, seja por nos catapultar ao território desconfortável da não-significação direta.
Ao espectador ativo deixo um sussurro: vuuuuuffffff... Para além da ordem, dentro de cada si há um território imaginário, um trapiche para o exílio. É neste lugar que habita, dentro de um punhado secreto de nós, o exílio do tempo que José nos incita encontrar/aportar.
22.03.2019
Pablo Mufarrej
por Pablo Mufarrej
José Viana nos convida a interagir por sua ilha repleta de fragmentos, pequenos monumentos por entre a escultura, a ficção e a imagem; transmutação da matéria viva, do breu à paisagem, do personagem ao não-lugar. Pequeno arcabouço de formas internas, resultado não aparente advindo direto do território do experimental. José é pertencente a uma linhagem de artistas produtores de lugares entre o real e o imaginário, ele ocupa os espaços expositivos, oficiais ou não, sob o signo do exílio.
Exílio este que desafia os mundos regidos pelo tempo-espaço, que subtrai da física e das leis naturais, seus mecanismos de racionalização direta. Exilar-se do tempo, neste contexto, é como uma espécie de título/conceito, já que o mesmo nos sinaliza que o ordenamento estritamente racional não será a melhor passagem que nos dará acesso a este não-lugar para além do Rio-Mar.
A arte contemporânea é, entre muitas coisas, um lugar onde o espectador é convocado a ir para novas zonas não controladas pela lógica objetiva direta; e mesmo quando reconhecemos os objetos exibidos, ela nos insiste em ir além destes, seja por retirar-lhes a sua função original, seja por nos catapultar ao território desconfortável da não-significação direta.
Ao espectador ativo deixo um sussurro: vuuuuuffffff... Para além da ordem, dentro de cada si há um território imaginário, um trapiche para o exílio. É neste lugar que habita, dentro de um punhado secreto de nós, o exílio do tempo que José nos incita encontrar/aportar.
22.03.2019
Pablo Mufarrej
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