Esmeraldina
2015
Fotografia em cianótipo.
15x16cm.
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Da série Das águas que desaguam em mim.
Imagem produzida em cianótipo a partir de fotografia de acervo familiar, no âmbito do Laboratório de Projetos Fotoativa, em oficina de Cianotipia conduzida por Débora Flor.
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Esmeraldina é seu nome, quase ninguém que conheço a conheceu, morreu quando minha mãe tinha apenas seis meses de idade. Seu sobrenome, Chermont, hoje, nome de cartório, sobrenome de família abastada na Belém da Belle Époque. No entanto, do que sei, ninguém sabe dela, sem qualquer vínculo familiar além dos dois filhos - minha mãe Diná e seu irmão Olavo, órfãos de uma possível família que não conheceram. Com eles restou um retrato. Sem outros parentes, Esmeraldina parece ter sido separada de sua história. Teria sido um nascimento abafado? Ou seu sobrenome, um apadrinhamento? Olho mais uma vez para a foto. Foi ela uma coletora de sementes, trazida para morar em casa de família em troca de estudos na cidade? Dela sinto o breu, acaricio o escuro. O retrato, único indício de sua existência, meio pelo qual posso percorrer a superfície dessas águas que desaguam em mim.
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Trecho editado da dissertação de mestrado Delírio em Rio Mar : paisagem entre a experiência e a partilha. PPGArtes/UFPA, 2019.
Link para dissertação
Esmeraldina é seu nome, quase ninguém que conheço a conheceu, morreu quando minha mãe tinha apenas seis meses de idade. Seu sobrenome, Chermont, hoje, nome de cartório, sobrenome de família abastada na Belém da Belle Époque. No entanto, do que sei, ninguém sabe dela, sem qualquer vínculo familiar além dos dois filhos - minha mãe Diná e seu irmão Olavo, órfãos de uma possível família que não conheceram. Com eles restou um retrato. Sem outros parentes, Esmeraldina parece ter sido separada de sua história. Teria sido um nascimento abafado? Ou seu sobrenome, um apadrinhamento? Olho mais uma vez para a foto. Foi ela uma coletora de sementes, trazida para morar em casa de família em troca de estudos na cidade? Dela sinto o breu, acaricio o escuro. O retrato, único indício de sua existência, meio pelo qual posso percorrer a superfície dessas águas que desaguam em mim.
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Trecho editado da dissertação de mestrado Delírio em Rio Mar : paisagem entre a experiência e a partilha. PPGArtes/UFPA, 2019.
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Retrato de Esmeraldina. Cianotipia, 2015.
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Fotografia / Vídeo / Instalação / Pintura / Escultura / Som / Performance / Todos